Tuesday, October 04, 2005

Ainda escrevo

O poeta adoece
quando perde o gosto
pela melancolia
deixa de sentir
o doce agrisabor do seu sofrer
e transformar as lágrimas
em tinta para sua pena

O poeta adoece
quando não encontra
motivos suficientes para escrever
nem na aurora
serena da natureza
nem no crepúsculo
tardio dos sentimentos

Thursday, August 04, 2005

Lente cor-de-rosa

Deixa em paz a minha inocência
Que sem ela o mundo fica muito duro
Peço que tenha paciência
Se eu disser que as meninas são ninfas
E os meninos fazem coisas sem querer

Uma íris-teleobjetiva com filtro cor-de-rosa
Tenho no rosto, inata
Só enquadra as imagens de prazer
Captura o melhor de todo ser

Então me perdoa se tapo os ouvidos
É que não suporto essas palavras
Cruas da tua realidade
Verdade que não me pertence
Crueldade que só me chega rente

Não me penetra a mente
Não me perturba o sono
Não me contamina
Não me sinto dono

Deixa em paz a minha inocência
Que ela é inofensiva à tua saúde
Diferente da tua maldade
Que me fere e rasga a pele amiúde

Deixa em paz a minha inocência
Que sem ela enxergo pouco
Há poeira em todo canto
Há penumbra e um vagar louco

Fica aqui um desencanto
Se levarem minha prenda embora
Enche-me nos olhos pranto
O que acontece fora
Da minha lente otimista

O que seria de mim
Com os olhos e ouvidos nus?
Restar-me-ia a morte talvez
E procurar n' outro recanto luz?

Imploro que se afaste
Deixe por favor
Deixa em paz a minha inocência.

Thursday, July 28, 2005

Why, honey, why?

Por que te afliges
se o que desejas
eu também quero
se é a tua voz
que prefiro ouvir
se é a tua boca
que beijo até em pensamento
se é a tua mão
que tem o calor que preciso?

Wednesday, July 27, 2005

Alto Paraíso

Tô meio sumida, eu sei. Estava em viagem. Chapada dos Veadeiros, Alto Paraíso, Goiás. Sob o clima implacável do cerrado. Implacável pra uma carioca acostumada com o sol e a brisa do mar. Lá o clima vai do calor dantesco ao frio de paralisar as pernas de cãibra. Eu socava as pernas de madrugada pra ver se assustava a dor e ela me deixava, finalmente, dormir. Não adiantava. Eu tinha que esperar a boa vontade dos músculos. Descontração. De manhã acordava suando...e tirava a coberta, e tirava o casaco, e tirava outro casaco, e tirava a blusa de manga, e tirava a calça de cima, e tirava a calça de baixo, e tirava a meia. Calor, calor. O calor me expulsava da barraca. Banho gelado de cachoeira. Agora sim o dia começa bem. Tuntz...tuntz...muita música e suco de manga. Me esbaldei. Conheci amigos novos. Gente lenta. Gente rápida. Gente de lua. Gente que vivia no mundo da lua. Tremendo a cabeça, socando o chão com o pé, movimentando o ar com as mãos. Uns virando os olhos, fazendo caras de bobos, falando "sacoé?" no final de cada frase... gente engraçada, gente zen, gente agitada, gente moderna, gente careta, gente que nem sabe o que é, gente que segue a maré. Olhos vermelhos, vidrados ou perdidos em meio a poeira que dançava entre todos, amarelando as roupas sempre muito coloridas ou pretas. Uns não dormiam - algum dia vão descontar todas essas horas - outros viviam em estado de preguiça. Todos se espalhavam até os limites dos cercados, ora em harmonia, ora em contraste com a natureza. Encontravam-se na clareira, dominada pelos seus ídolos que quase estouravam seus miolos com sons tecnológicos. Isso era o homem no meio da vegetação selvagem. O frio anunciava o cair da noite. E tome cachecol, sobretudo, luva. Dançar pesado de roupa e manter o rítmo é um desafio e tanto. Não podia faltar....beijos e beijos na boca de quem se ama. Fazer amor pra espantar o frio do fim da tarde. Dançar e dançar...e se perder. Dançar e esquecer que se tem uma vida em outro lugar a tua espera. Dançar e esquecer de tudo. Sorrir pra quem não conhece e dançar olhando pra ele (ou ela) de longe, com cumplicidade. Foram dias passados em off. Dias de esquecer os problemas, o trânsito, as CPIs, os atentados terroristas, a falta de grana, as obras da prefeitura etc. Porque quando você volta....os jornais ainda têm as mesmas notícias, a TV exibe os mesmos clichês, as pessoas se preocupam com as mesmas coisas. Eu não perdi nada com a viagem. Alguns amigos perderam neurônios. Ganhei, isso sim. Ganhei coisas boas pra lembrar e um bando de picadas de mosquito.

Friday, May 27, 2005

- O que tenho contra os homens?!
Nada mesmo. São apenas questões espirituais que eu não sei se haverá tempo para dissolver ainda nesta vida. Que remédio?

Tuesday, May 24, 2005

"A suprema felicidade da vida é a convicção de ser amado por aquilo que você é, ou melhor, apesar daquilo que você é."
(VHugo)

O "desejo" de Victor Hugo

"Desejo primeiro que você ame,
E que amando, também seja amado.
E que se não for, seja breve em esquecer.
E que esquecendo, não guarde mágoa.
Desejo, pois, que não seja assim,
Mas se for, saiba ser sem desesperar.

Desejo também que tenha amigos,
Que mesmo maus e inconseqüentes,
Sejam corajosos e fiéis,
E que pelo menos num deles
Você possa confiar sem duvidar.
E porque a vida é assim,
Desejo ainda que você tenha inimigos.
Nem muitos, nem poucos,
Mas na medida exata para que, algumas vezes,
Você se interpele a respeito
De suas próprias certezas.
E que entre eles, haja pelo menos um que seja justo,
Para que você não se sinta demasiado seguro.

Desejo depois que você seja útil,
Mas não insubstituível.
E que nos maus momentos,
Quando não restar mais nada,
Essa utilidade seja suficiente para manter você de pé.

Desejo ainda que você seja tolerante,
Não com os que erram pouco, porque isso é fácil,
Mas com os que erram muito e irremediavelmente,
E que fazendo bom uso dessa tolerância,
Você sirva de exemplo aos outros.

Desejo que você, sendo jovem,
Não amadureça depressa demais,
E que sendo maduro, não insista em rejuvenescer
E que sendo velho, não se dedique ao desespero.
Porque cada idade tem o seu prazer e a sua dor e
É preciso deixar que eles escorram por entre nós.

Desejo por sinal que você seja triste,
Não o ano todo, mas apenas um dia.
Mas que nesse dia descubra
Que o riso diário é bom,
O riso habitual é insosso e o riso constante é insano.

Desejo que você descubra ,
Com o máximo de urgência,
Acima e a respeito de tudo, que existem oprimidos,
Injustiçados e infelizes, e que estão à sua volta.

Desejo ainda que você afague um gato,
Alimente um cuco e ouça o joão-de-barro
Erguer triunfante o seu canto matinal
Porque, assim, você se sentirá bem por nada.

Desejo também que você plante uma semente,
Por mais minúscula que seja,
E acompanhe o seu crescimento,
Para que você saiba de quantas
Muitas vidas é feita uma árvore.

Desejo, outrossim, que você tenha dinheiro,
Porque é preciso ser prático.
E que pelo menos uma vez por ano
Coloque um pouco dele
Na sua frente e diga "Isso é meu",
Só para que fique bem claro quem é o dono de quem.

Desejo também que nenhum de seus afetos morra,
Por ele e por você,
Mas que se morrer, você possa chorar
Sem se lamentar e sofrer sem se culpar.

Desejo por fim que você sendo homem,
Tenha uma boa mulher,
E que sendo mulher,
Tenha um bom homem
E que se amem hoje, amanhã e nos dias seguintes,
E quando estiverem exaustos e sorridentes,
Ainda haja amor para recomeçar.
E se tudo isso acontecer,
Não tenho mais nada a te desejar ".

Thursday, April 28, 2005

A FLOR E O TEMPO (ou..."Que venha a chuva!")

O tempo, este fator reincidente
age agora também neste sítio
(e por que não o faria?)
Por que ficaríamos ilesas?
Somos iguais mesmo vestidas
com todas as nossas diferenças

Ainda tenho fresca
a tua imagem na rede
emoldurada tal girassóis

Lembro as lágrimas fáceis
que eu provocava nos teus olhos
talvez eu gostasse...
era a primeira vez
que eu pisava em flores
era delicado andar sobre
as tuas pétalas amarelas
não foi por mal
éramos gentis e cruéis

Agora não há mais razão
para fustigar as donzelas do jardim
já está tudo fixo na terra
está tudo calmo

mas...

Queremos a chuvarada
a ebulição dos ventos n'água
para regar esse amor
para causar paixão e temor
que a maresia da tarde,
queremos antes o tremor da madrugada.

Começaria tudo outra vez...

E começamos....
Itaipava, frio, Páscoa
resolvemos aderir à máxima "vida nova" da época.
Faltava mesmo muito pouco para isso
estávamos quase lá
resolvi formalizar a coisa

Tuesday, April 19, 2005

Moralistas, perdoai!

Nua, mas para o amor não cabe o pejo. Na minha a sua boca eu comprimia e, em frêmitos carnais, ela dizia:

- Mais abaixo, meu bem, quero o teu beijo!

Na inconsciência bruta do meu desejo fremente, a minha boca obedecia. Os seus seios, tão rígidos, mordia, fazendo-a arrepiar em doce arpejo.
Em suspiros de gozos infinitos disse-me ela, ainda quase em grito:

- Mais abaixo, meu bem!

Num frenesi, no seu ventre pousei a minha boca.

- Mais abaixo, meu bem! Disse ela, louca.

Moralistas, perdoai! Obedeci...

(Olavo Bilac)

Tuesday, March 29, 2005

Resposta a quem tanto me preza

Eu nunca quis
menina
te magoar
fazer jorrar
desses olhos tão jovens
gotas de desespero
eu nunca quis
fazer tuas mãos tão pequenas
tremerem
e seu peito
abraçar um sentido
maior que ele

Acredite
menina
eu apenas me deixei
levar pelo seu amor
por essas suas palavras doces
dolorosas e delirantes
que dedicas a mim
idéias e apreciações
que jamais poderiam
pertencer a uma menina
a menos que ela fosse você

Fui absorvida pela densidade
dos teus versos
eu os li e deleitei-me
estava faminta
mas não pretendo
abandonar-te em confusão
esclareço que a tua destreza
com palavras, livros, filósofos
me faz admirar-te a cada dia
pasmar a cada texto
mas não posso dizer
que sinto por ti
mais que isso
menina

Friday, March 11, 2005

Eu disse isso?

Uma vez um professor meu disse que a chave da comunicação é o mal-entendido. Muitas vezes isso se concretizou na minha vida. Pensa bem, se não fosse o mal-entendido você diria uma frase e pronto, seria perfeitamente compreendido. Não haveria necessidade para ou seja, isto é, o que eu quero dizer com isso, quero dizer, e muitas outras expressões explicativas. Se o ouvinte entendesse o ponto exato da tua fala, e se necessário, repassasse exatamente a tua fala para outrem, não existiria fofoca, nem a brincadeira do telefone sem fio. Você não ficaria tendo que retornar tantas vezes ao mesmo assunto tentando remediar a falta de entendimento do outro. E nem tendo que cauterizar todas as farpas que se desviaram do assunto principal indo parar nos ouvidos e boca do fulano que ouviu do beltrano, logo esse que já achava que você tem algo contra ele. É uma teia sem fim. Você fala a primeira frase e já era. Está enrolado. Fadado a falar mais umas tantas frases. Debater. Se explicar. E se essa fala correr por ai, vai ter que falar muito mais. O pior de tudo é quando nada do que você fala adianta. Esse é o mal-entendido crônico (por mim denominado assim). Porque a pessoa já está de tal modo envolvida pelo primeiro entendimento, quer dizer (...iiiih), mal-entendimento, que não consegue reconsiderar as suas palavras. (depois eu continuo)

Tuesday, March 08, 2005

Desço?

O mundo desaba
e você nem liga
Desequilibra
e você deita sobre os tropeços
Tudo está errado
E você lá em baixo

Depois de gritos
Aflitos sussurros
Quase choros
Lá está você
Olhando pra escada

O clima fica cinza
Estalam teu ouvido
Zunido de ocupado
E você não desiste
Ainda está lá em baixo...

Os contras em demasia

Perder o controle
para alguém sensato
é constrangedor
Perder a calma
para alguém assim
(como eu)
desestrutura
Parecer o que nunca quis ser
desequilibrado
faz merecer ser deserdado dos seus princípios
Para esse alguém
que prega a mansidão
a ponderação
os prós
mesmo que venham com muitos contras logo em seguida
tudo isso sempre morou em terras estrangeiras
A implosão sempre lhe foi permitida como rotina de sobrevivência
Sem estilhaços voando
Sem muita fumaça
E isso é tudo que lhe era devido
por si mesmo.

Thursday, March 03, 2005

Crazy, crazy, crazy for you baby

Crazy.
O que é aquele clipe do Aerosmith?
Se alguém, nestes tempos, morrer sem assisti-lo vai perder uma parte deliciosa da vida.
Ouça a música, não se conforme com a letra
Assista ao clipe, não se conforme com a música
Assista de novo, não perca os detalhes
Grave no seu computador, vai te dar saudades
Vicie-se
Cantarole no ponto de ônibus
Copie a cifra
Aprenda a tocar
Depois me xingue por ter feito isso com você também.

Ai vai...

Crazy
Aerosmith

Come 'ere baby

You know you drive me up the wall
The way you make good for all the nasty tricks you pull
Seems like we're makin' up more than we're makin' love
And it always seems you've got something on your mind
Other than me Girl,
you gotta change your crazy ways - you hear me

Say you're leavin' on the seven thirty train
And that you're heading out to Hollywood
Girl, you've been givin' me that line so many times
It kinda gets that feelin' bad looks good

That kinda lovin' turns a man to a slave
That kinda lovin' sends a man right to his grave

(Chorus)
I go crazy, crazy, baby, I go crazy
You turn it on - then you're gone
Yeah you drive me crazy, crazy, crazy for you baby
What can I do, honey
I feel like the color blue

You're packin' up your stuff and tryin' to tell me
That it's time to go
But I know you ain't wearin' nothin' underneath that overcoat
and that it's all a show

That kinda lovin' makes me wanna pull down the shade, yeah
That kinda lovin' yeah, now I'm never gonna be the same

(Chorus)
I'm losing my mind
Girl, 'cause I'm goin' crazy

I need your love, honey, yeah
I need your love

Segunda apropriação

Descobri que esse fragmento de música bem que poderia ter sido escrito por mim. É exatamente o que muitas vezes tenho vontade de dizer pras inseguranças alheias em relação à minha pessoa. Não queria dizer do jeito do Renato não, apesar de ele ter escrito muito bem tais palavras. Queria gritar no tom da maravilhosa Cássia. Queria me apropriar dessas palavras como só ela tinha o poder de fazer...

Não basta o compromisso
Vale mais o coração
Já que não me entendes, não me julgues
Não me tentes
O que sabes fazer agora
Veio tudo de nossas horas
Eu não minto, eu não sou assim
Ninguém sabia e ninguém viu
Que eu estava a teu lado então
Sou fera, sou bicho, sou anjo e sou mulher
Sou minha mãe e minha filha,
Minha irmã, minha menina
Mas sou minha, só minha e não de quem quiser
Sou Deus, tua deusa, meu amor

Friday, February 11, 2005

Carnaval

"Deixa eu brincar de ser feliz
Deixar eu pintar o meu nariz"

No Carnaval todo mundo fica mais gente
mais solto
mais alegre
(é claro que existe o off-carnaval..
esse...bom sujeito não é)
Tudo pode.... no carnaval
As pessoas se permitem... no carnaval
E permitem aos outros... no carnaval
Muito desejo
Muito beijo
Lançam olhares mais provocantes
Lançam cantadas mais diretas
Lançam perfumes mais fortes
Lançam maconha também...e outros incentivadores de loucura
e luxúria, e vontade
O carnaval é o antídoto da hipocrisia
façamos frasquinhos de carnaval e espalhemos pelo mundo
vamos pulverizar o Rio...nos onze meses restantes
vamos encharcar Roma dessa mistura interessante

Friday, January 28, 2005

Me interesso pela vida....bastante, intensamente e sempre

Coro mutável de camaleoa
Coração inquieto que não cabe no peito
Boca de canoa pra vida
Olhos voltados pra dentro
(de mim...dos outros)
Alma livre...

Wednesday, January 26, 2005

Álvares, sempre maravilhoso, Álvares de Azevedo

A VIDA É UMA PLANTA MISTERIOSA

CHEIA D'ESPINHOS, NEGRA DE AMARGURAS,

ONDE SÓ ABREM DUAS FLORES PURAS,

- POESIA E AMOR...


E A MULHER... É A NOTA SUSPIROSA

QUE TREME D'ALMA A CORDA ESTREMECIDA,

- É FADA QUE NOS LEVA ALÉM DA VIDA

PÁLIDOS DE LANGUOR!


A POESIA É A LUZ DA MOCIDADE -

O AMOR É O POEMA DOS SENTIDOS,

A FEBRE DOS MOMENTOS NÃO DORMIDOS

E O SONHAR DA VENTURA...


VOLTAI, SONHOS DE AMOR E DE SAUDADE!

QUERO AINDA SENTIR ARDER-ME O SANGUE,

OS OLHOS TURVOS, O MEU PEITO LANGUE

E MORRER DE TERNURA

Monday, January 24, 2005

Sem essa, Darwin...

A competição é ridícula. Quando entra na fria de se inserir na rotina. É ridícula quando faz as pessoas serem ridículas. E agirem como animais. Acreditarem que Darwin deve ser incutido em nossas ações no trabalho, em casa, com os amigos, em todo lugar. Seleção Natural é uma ova!!! Essa concorrência toda é escrota. Eu me recuso a compactuar com isso. Me recuso a ser cúmplice do capital. Desse sistema imundo. Injusto. Deformador de almas. Que está longe de ser apenas um sistema econômico. É um modo de vida. De vestir. De trabalhar. De fazer cinema. De assistir cinema. De se vestir. De falar. De tratar os outros. De fazer sexo. Meu Deus, até nisso!!! Quando você pensa que tem amigos de trabalho....não, não tem. Faça um teste. Põe dinheiro no meio da jogada. Você vai odiá-los em breve. Não quero odiar ninguém. Eu só quero amar.....,Tim, só quero amar. Não vou ser cúmplice dessa aniquilação das relações humanas desinteressadas. Eu simplesmente me recuso.

Friday, January 21, 2005

Kiss me

Beijar...beijar....
Beijo que demora horas pra acontecer. Que embroma nas bochechas, no pescoço, no cantinho da boca. Beijo lentinho. Com muito carinho. Beijo que vai ficando empolgado. Esquentando. Beijo selvagem. Sexy. Daqueles que dá a impressão que tem uma câmera apontada pra gente. Beijo. Beijo. Beijo com paixão. Esse é muito bom. Beijo que dá falta de ar. Beijo que tira o ar do outro. Beijo comportado. Beijo com o corpo todo. Beijo com os olhos fechados. Beijo com o olho no olho. Beijo ouvindo música. Beijo que acompanha o rítmo. Beijo molhado. Beijo estalado. Beijo exagerado. Beijo cantando a música. Beijo eterno. Beijo rapidinho. Com medo de alguém chegar. Beijo desesperado. Beijo mordido. Beijo tímido. Beijo esquadrinhador. Aquele que experimenta cada centímetro da boca do outro. Beijo contido. Ser beijada. Num ímpeto. Beijo retribuído. Beijo com lágrimas. Beijo com saudade. Beijo de raiva. Beijo de pazes. Beijo de entrega. Com amor. Sem amor. Beijo.

e o inevitável aconteceu

Nos esbarramos no sábado. Nos devoramos no domingo. Sem perguntas. Sem explicações. Sem palavra. Só amor. E a sua linguagem própria expressa através de nós. Que seja assim....deixemos o amor livre das nossas complicações.

Wednesday, January 12, 2005

Que Deus me ajude

Que Deus me ajude
a virar a página
Vou aos trancos
pulando os barrancos
esquecendo às vezes
lembrando muitas outras.

Que Deus me ajude
a dormir a noite inteira
a comer com fome
e pensar uma coisa por vez.

E que eu continue, Deus me ajude
a beber por diversão
sorrir porque tenho vontade
a concentrar-me na leitura
e curtir a festa.

E que Ele também me livre
de tomar você em cada gole
te embaralhar entre as palavras
dançar com tua voz no pensamento
franzir a testa para brigar com as lembranças
bater na mesa para me sentir mais forte.

Que Deus, em sua piedade, me ajude
a não querer de fato, ao invés de só dizê-lo,
te encontrar quando nego
atender esperando ouvir que é você
que o acaso nos esbarre no domingo à tarde.

Friday, January 07, 2005

Contos da carochinha...capítulo um ponto um

Decepção é a palavra. Putz...Cadê aquilo tudo que a menina conheceu na festa? - ô alcool! - E as fotos do orkut? - foram feitas no studio da amiga...rs...A busca continua. Garota Google poderia ser seu nome....quem sabe. Vamos pensar nisso mais pra frente.

Contos da carochinha...capítulo primeiro

Algumas histórias contadas sob mesmo título. Só pra simplificar...
Era uma vez uma menina que conhece alguém interessante, bonito e sofisticado. Em uma noitada muito interessante, bonita e sofisticada também. Nada acontece de concreto. Até porque a menina achava que aquilo tudo era demais pra ela. Havia uma ponte, uma amiga em comum. Mas não havia taaaanto interesse a ponto de contar algo para a tal amiga.
Algum tempo depois, em uma de suas conferidas diárias ao viciante orkut, ela dá de cara com um pedido daquele alguém para adicioná-lo como amigo. Adição feita. Que fotos!! Uau....calma, garota, calma...
Em outro dia, conversando no não menos viciante msn, a ponte ( a amiga em comum) fala do interesse do alguém pela menina. Jura? Se controla, se controla, se controla......ah também achei interessante...(isto dito com uma certa apatia - se é que dá pra se ter apatia conversando pelo computador). Conversaram pouco sobre o assunto.
Bastante tempo depois....Alô! Quem? Ah...oi...eu estou aqui na Lapa com uns amigos. Daqui a pouco estou indo para Copa. A menina estava boquiaberta com o telefonema, já q ela nem ao menos dera o seu telefone na única ocasião em que se encontraram. E ficou ainda mais surpresa quando ouviu...Posso te encontrar lá?...

Tuesday, January 04, 2005

vou tentando..

Ela disse que o que falta na nossa relação é honestidade. Eu sou sincera, só não sei berrar meus medos.

Honestidade sutil, a minha
Não consigo
ser tiro e queda
tapa, vento, susto
Sou brisa nesses assuntos
Eu sopro as minhas intenções
e sussurro os sentimentos
e para percebê-los
mantenha seu ouvido atento.