Tuesday, March 29, 2005

Resposta a quem tanto me preza

Eu nunca quis
menina
te magoar
fazer jorrar
desses olhos tão jovens
gotas de desespero
eu nunca quis
fazer tuas mãos tão pequenas
tremerem
e seu peito
abraçar um sentido
maior que ele

Acredite
menina
eu apenas me deixei
levar pelo seu amor
por essas suas palavras doces
dolorosas e delirantes
que dedicas a mim
idéias e apreciações
que jamais poderiam
pertencer a uma menina
a menos que ela fosse você

Fui absorvida pela densidade
dos teus versos
eu os li e deleitei-me
estava faminta
mas não pretendo
abandonar-te em confusão
esclareço que a tua destreza
com palavras, livros, filósofos
me faz admirar-te a cada dia
pasmar a cada texto
mas não posso dizer
que sinto por ti
mais que isso
menina

Friday, March 11, 2005

Eu disse isso?

Uma vez um professor meu disse que a chave da comunicação é o mal-entendido. Muitas vezes isso se concretizou na minha vida. Pensa bem, se não fosse o mal-entendido você diria uma frase e pronto, seria perfeitamente compreendido. Não haveria necessidade para ou seja, isto é, o que eu quero dizer com isso, quero dizer, e muitas outras expressões explicativas. Se o ouvinte entendesse o ponto exato da tua fala, e se necessário, repassasse exatamente a tua fala para outrem, não existiria fofoca, nem a brincadeira do telefone sem fio. Você não ficaria tendo que retornar tantas vezes ao mesmo assunto tentando remediar a falta de entendimento do outro. E nem tendo que cauterizar todas as farpas que se desviaram do assunto principal indo parar nos ouvidos e boca do fulano que ouviu do beltrano, logo esse que já achava que você tem algo contra ele. É uma teia sem fim. Você fala a primeira frase e já era. Está enrolado. Fadado a falar mais umas tantas frases. Debater. Se explicar. E se essa fala correr por ai, vai ter que falar muito mais. O pior de tudo é quando nada do que você fala adianta. Esse é o mal-entendido crônico (por mim denominado assim). Porque a pessoa já está de tal modo envolvida pelo primeiro entendimento, quer dizer (...iiiih), mal-entendimento, que não consegue reconsiderar as suas palavras. (depois eu continuo)

Tuesday, March 08, 2005

Desço?

O mundo desaba
e você nem liga
Desequilibra
e você deita sobre os tropeços
Tudo está errado
E você lá em baixo

Depois de gritos
Aflitos sussurros
Quase choros
Lá está você
Olhando pra escada

O clima fica cinza
Estalam teu ouvido
Zunido de ocupado
E você não desiste
Ainda está lá em baixo...

Os contras em demasia

Perder o controle
para alguém sensato
é constrangedor
Perder a calma
para alguém assim
(como eu)
desestrutura
Parecer o que nunca quis ser
desequilibrado
faz merecer ser deserdado dos seus princípios
Para esse alguém
que prega a mansidão
a ponderação
os prós
mesmo que venham com muitos contras logo em seguida
tudo isso sempre morou em terras estrangeiras
A implosão sempre lhe foi permitida como rotina de sobrevivência
Sem estilhaços voando
Sem muita fumaça
E isso é tudo que lhe era devido
por si mesmo.

Thursday, March 03, 2005

Crazy, crazy, crazy for you baby

Crazy.
O que é aquele clipe do Aerosmith?
Se alguém, nestes tempos, morrer sem assisti-lo vai perder uma parte deliciosa da vida.
Ouça a música, não se conforme com a letra
Assista ao clipe, não se conforme com a música
Assista de novo, não perca os detalhes
Grave no seu computador, vai te dar saudades
Vicie-se
Cantarole no ponto de ônibus
Copie a cifra
Aprenda a tocar
Depois me xingue por ter feito isso com você também.

Ai vai...

Crazy
Aerosmith

Come 'ere baby

You know you drive me up the wall
The way you make good for all the nasty tricks you pull
Seems like we're makin' up more than we're makin' love
And it always seems you've got something on your mind
Other than me Girl,
you gotta change your crazy ways - you hear me

Say you're leavin' on the seven thirty train
And that you're heading out to Hollywood
Girl, you've been givin' me that line so many times
It kinda gets that feelin' bad looks good

That kinda lovin' turns a man to a slave
That kinda lovin' sends a man right to his grave

(Chorus)
I go crazy, crazy, baby, I go crazy
You turn it on - then you're gone
Yeah you drive me crazy, crazy, crazy for you baby
What can I do, honey
I feel like the color blue

You're packin' up your stuff and tryin' to tell me
That it's time to go
But I know you ain't wearin' nothin' underneath that overcoat
and that it's all a show

That kinda lovin' makes me wanna pull down the shade, yeah
That kinda lovin' yeah, now I'm never gonna be the same

(Chorus)
I'm losing my mind
Girl, 'cause I'm goin' crazy

I need your love, honey, yeah
I need your love

Segunda apropriação

Descobri que esse fragmento de música bem que poderia ter sido escrito por mim. É exatamente o que muitas vezes tenho vontade de dizer pras inseguranças alheias em relação à minha pessoa. Não queria dizer do jeito do Renato não, apesar de ele ter escrito muito bem tais palavras. Queria gritar no tom da maravilhosa Cássia. Queria me apropriar dessas palavras como só ela tinha o poder de fazer...

Não basta o compromisso
Vale mais o coração
Já que não me entendes, não me julgues
Não me tentes
O que sabes fazer agora
Veio tudo de nossas horas
Eu não minto, eu não sou assim
Ninguém sabia e ninguém viu
Que eu estava a teu lado então
Sou fera, sou bicho, sou anjo e sou mulher
Sou minha mãe e minha filha,
Minha irmã, minha menina
Mas sou minha, só minha e não de quem quiser
Sou Deus, tua deusa, meu amor