Thursday, October 26, 2006

Passeio na Lagoa

Ai! o entardecer...

é um patinho cruzando a lagoa
gaivotas
namorados
passear em beiradas à toa

é vento suave nos ombros
é barulho de folha seca
é canto
sorrir um tanto

é árvore retorcida
encarando o próprio reflexo
é sombra de leve
é fruta caída

é cheiro de terra
é um passo lento
é luz que se encerra
um friozinho que chega
é a lua sorrindo

Ai! o entardecer...
é tudo, menos você.

Thursday, August 10, 2006

Um momento para Mario Quintana

"Um bom poema é aquele que nos dá a impressão de que está lendo a gente ... e não a gente a ele!"

DAS UTOPIAS

"Se as coisas são inatingíveis... ora!
Não é motivo para não querê-las...
Que tristes os caminhos se não fora
A mágica presença das estrelas!"

Sunday, August 06, 2006

Corro, corro, paro

A correria é boa. Essa coisa de não ter tempo pra nada, a gente reclama, mas muitas vezes é o que nos salva. Agora prefiro assim. Não ter tempo pra pensar. Porque basta um segundo - este segundo atrás de segundo em que me ponho a escrever - pra desejar não ter tempo pra pensar. Pra desejar que a correria dos dias me salve. E isso parece anfetamina, êxtase...e esses estimulantes, porque só acumula o cansaço...só adia a solidão. E quando a correria, minha droga, acaba, é que recai sobre mim esse turbilhão de cansaço, solidão e dor. É que finalmente tenho o que antes lamentava não ter...tempo, tempo. O tempo cura tudo. O melhor remédio é o tempo. É o que dizem. Será que o meu inimigo atual é o meu maior aliado? Mas se é esse mesmo tempo que se arrasta junto comigo, que me lança ao chão e não permite que eu saia, que a correria não tarde em me levar daqui.

Saturday, June 10, 2006

a morte

Hoje não quero escrever poesia não.
Só quero deixar registrada a morte do meu relacionamento, imediatamente após a partida do encantamento.
Acabei de chegar da rua...e confesso...alguma parte de mim esperava que ela estivesse a minha espera na sala, no quarto ou na cozinha. Nada.
Estava tudo tão vazio quanto o vazio que ironicamente preenche o meu peito.
Puta que pariu como isso dói!!!

a morte

Hoje não quero escrever poesia não.
Só quero deixar registrada a morte do meu relacionamento, imediatamente após a partida do encantamento.
Acabei de chegar da rua...e confesso...alguma parte de mim esperava que ela estivesse a minha espera na sala, no quarto ou na cozinha. Nada.
Estava tudo tão vazio quanto o vazio que ironicamente preenche o meu peito.
Puta que pariu como isso dói!!!

Thursday, February 02, 2006

Shhhh!

Pede que eu me cale
diante de tanta asneira
zumbindo...zumbindo

Pede que me comporte
se o que vejo é a besteira
dos atos e fatos

Dê-me apenas um motivo
fora o que aprendeste no
livro de catecismo que
você nunca leu

Dê-me apenas uma razão
que eu me esquivo
de ser eu e cravo um crivo
no meu...

Para esconder tudo o que sinto
e me vestir e gostar do jeito
que você acha correto

E me salvará o absinto
que vou manter sempre aberto
por perto, ao lado do peito fechado
pela tua censura ao meu amor
que julgastes perversão
Não.

frágil

Que sentimento fraco é esse?
que ao menor sinal de abandono
ameaça se esquecer

Um sentir muito inseguro
cambaleia por um fio
se o acaso traz apuro

Vai e volta em densidade
fácil chega à superfície
risco de calamidade

Fina pétala em jardim
que o outono ora invade
com seu sopro de cetim

Não é de agora

Tem muita coisa errada ou eu tenho visto problema em tudo? De qualquer forma você não tem despertado um lado meu que eu goste muito. Tem deixado a minha cabeça cheia, a mão na testa, os lábios enrugados. Desânimo e dores de cabeça no lugar que ocupava o brilho dos olhos. Este nem sei mais se ainda existe.