Thursday, April 28, 2005

A FLOR E O TEMPO (ou..."Que venha a chuva!")

O tempo, este fator reincidente
age agora também neste sítio
(e por que não o faria?)
Por que ficaríamos ilesas?
Somos iguais mesmo vestidas
com todas as nossas diferenças

Ainda tenho fresca
a tua imagem na rede
emoldurada tal girassóis

Lembro as lágrimas fáceis
que eu provocava nos teus olhos
talvez eu gostasse...
era a primeira vez
que eu pisava em flores
era delicado andar sobre
as tuas pétalas amarelas
não foi por mal
éramos gentis e cruéis

Agora não há mais razão
para fustigar as donzelas do jardim
já está tudo fixo na terra
está tudo calmo

mas...

Queremos a chuvarada
a ebulição dos ventos n'água
para regar esse amor
para causar paixão e temor
que a maresia da tarde,
queremos antes o tremor da madrugada.

Começaria tudo outra vez...

E começamos....
Itaipava, frio, Páscoa
resolvemos aderir à máxima "vida nova" da época.
Faltava mesmo muito pouco para isso
estávamos quase lá
resolvi formalizar a coisa

Tuesday, April 19, 2005

Moralistas, perdoai!

Nua, mas para o amor não cabe o pejo. Na minha a sua boca eu comprimia e, em frêmitos carnais, ela dizia:

- Mais abaixo, meu bem, quero o teu beijo!

Na inconsciência bruta do meu desejo fremente, a minha boca obedecia. Os seus seios, tão rígidos, mordia, fazendo-a arrepiar em doce arpejo.
Em suspiros de gozos infinitos disse-me ela, ainda quase em grito:

- Mais abaixo, meu bem!

Num frenesi, no seu ventre pousei a minha boca.

- Mais abaixo, meu bem! Disse ela, louca.

Moralistas, perdoai! Obedeci...

(Olavo Bilac)