Tuesday, October 02, 2012

Por que criei um blog?

  
      Às vezes eu lembro de poemas perdidos como se fossem pessoas ou acontecimentos passados. E sinto saudade.
      Lembrando daquele impensado clique que me fez perder mais de 50 textos em menos de 1 segundo. Do meu computador reformatando sem parar. Benditos braços que me consolaram naquela manhã. 
      Foi assim que comecei o meu blog. Pra nunca mais perder palavras. Pra arquivar a minha história e recorrer a ela quando desejasse.

Sunday, September 30, 2012

Belo Rio



Quando se está...
Cada coisa faz sentido extra
A gaivota branca voa pro mar
A gaivota preta em cima dos prédios
A praia sem sol nem luar
A areia entre os dedos médios
O coco vazio em par
O frio depois do calor, o tédio
Rio de Janeiro em setembro
E o horizonte ser tão belo
Na primavera que se veste de inverno
...apaixonada.

Monday, August 20, 2012

Elas duas

Vai, paixão
Me rasga ao meio
Com essa espada sem cor
Que metade de mim quer ir embora
E a outra quer ficar carioca
Metade sente saudade
A outra não
Metade fica feliz
A outra é só solidão
Reparte o meu corpo afinal
Ter dois ventrículos unidos pra quê?
Se quando uma parte bate acelerada
A outra fica parada
Desse coração tão grande
Tão cheio
Que bem poderia ser dois.

Sunday, April 22, 2012

DEIXAR-SE APANHAR


Eu quero um beijo de amor

Desses de se entregar o coração pela boca

De sentir os dedos dos pés formigarem

E sensações de desmaio e tremor


Eu quero adormecer nesse beijo

E sonhar que ele continua infinito

Libertar um gemido inaudito

E acordar ainda nesse beijo

E cair e despedaçar-me

até todos os meus pedaços beijarem

Thursday, March 29, 2012

Quanto tempo é preciso?


Quanto tempo é preciso pra se tornar especial pra alguém. Acha isso rápido demais?
Alguns minutos de chuva e lá está o arco-íris; Em segundos alguém se torna campeão olímpico; Uma fotografia perfeita precisa de um clique e dura pra sempre.
Tivemos a eternidade das horas noturnas. Você é estrangeira e meus fusos estão confusos.
Você aceitou meu convite pra beber, encantou meus amigos. Saímos duas vezes na mesma noite.
Dançamos, bebemos, rimos. Aventuramo-nos.
Meus fusos gostaram do estrangeiro: não durmo nem no Brasil.
A noite cresceu junto com a nossa amizade. Você me abraçou forte e pediu pra eu ficar. Disse que me levaria por toda cidade.
Fomos dormir. O quarto era o mesmo. Coincidência ou não, eram seis camas e só havia duas ocupadas.
Poucas horas de sono, não queríamos perder nada. Acordamos cedo. Tomamos café, você carregou minha mala até o metrô.
Meus fusos estavam confusos, mas eu queria atrasar mais duas horas no relógio de Greenwich.
Música regional no caminho. A sua cultura está estampada nas minhas fotos de turista bobo.
Chegada ao aeroporto. Abraço apertado, mas nada como pegar sua mão e te olhar nos olhos.
Não vai. É preciso ir. É hora de concertar os fusos. Quanto tempo leva até alguém se tornar eterno? Foi só o tempo de o teu sorriso esmagar as suas bochechas.

Friday, March 16, 2012

O pesadelo do poeta

E de repende as mãos travam
Diante do papel em branco
Como a voz do calouro
Ao vislumbrar a primeira plateia
A ânsia de escrever continua
Sem saber exatamente o que
Frases não vêm à cabeça
Tampouco temas... temas
Poemas alheios não quero ler
Não há dores, fadigas, amores
E o que é a vida do poeta sem
Questões, revoltas, rumores
Desesperada, procuro a lua
Mas hoje vaga naquela fase nova sua
É como se inexistisse
E as estrelas são tantas
Encobertas pelas nuvens
Os sons da rua
Apenas silêncios refugiados
Na imensidão da noite
Mas o que é o silêncio, a escuridão, a chuva
Sem um motivo pra metáfora?
A procura é em vão agora
O substrato dos versos
Dorme tranquilo a essa hora
E nem mesmo a solidão
Veio ter comigo esta noite
Um único pensamento insistia
Amanhã se quiser escrever terei de me arriscar mais
Eu rolava na cama sem saber se dormia
E rompendo o nada que pairava no ar
Uma voz em delírios ao fundo dizia
Vai, vive!
Sem conflito não existe poesia.

Wednesday, March 14, 2012

Deixa

Deixa-me sair daqui
Que se eu ficar
Inventarei mais um motivo pra sorrir

A vida é linda e a gente se gosta
Eu mais dela que ela de mim

Sou dessas de riso fácil, frouxo, largo
Capaz de comover tristezas com a minha alegria
Quem me conhece vai balançar a cabeça e sorrir agora mesmo
O caminho às vezes tem pedras em demasiado
E eu prefiro xingar a pedra que lamentar a topada

Deixa-me sair daqui, vai
Que as barreiras certos dias são grandes demais até pra mim
E eu quero saber dos danos
Meu jeito de saber é estando só
Entenda, eu adoro sorrir, mas
Meu único encontro comigo é a lagrima.

Monday, February 27, 2012

Gostar de pau é fácil, quero ver gostar de homem.

Toda vez que eu ouço uma mulher bater no peito e dizer com orgulho "eu gosto é de pau!" eu tenho vontade de dizer isso: "Gostar de pau é fácil, quero ver gostar de homem". Ser heterossexual é gostar do pacote completo: pêlos, músculos, cabeça de homem, e aturar o machismo deles (em maior ou menor nível). Pau qualquer um pode comprar no sexshop.