Tuesday, April 19, 2005

Moralistas, perdoai!

Nua, mas para o amor não cabe o pejo. Na minha a sua boca eu comprimia e, em frêmitos carnais, ela dizia:

- Mais abaixo, meu bem, quero o teu beijo!

Na inconsciência bruta do meu desejo fremente, a minha boca obedecia. Os seus seios, tão rígidos, mordia, fazendo-a arrepiar em doce arpejo.
Em suspiros de gozos infinitos disse-me ela, ainda quase em grito:

- Mais abaixo, meu bem!

Num frenesi, no seu ventre pousei a minha boca.

- Mais abaixo, meu bem! Disse ela, louca.

Moralistas, perdoai! Obedeci...

(Olavo Bilac)

1 comment:

Tamyres Ayres said...

Nossa... Belo e perfeito Olavo Bilac. Desfrutar de seus textos é sempre tão maravilhoso quanto sentir um leve toque macio e suave como a brisa de um mar... Suas poesias então...
Beijos Guria, Saudades Mil...