Perdi os brincos que meu pai dera de presente à minha mãe.
Que tristeza profunda sinto, que revolta contra essa minha falta de zelo.
Um defeito nunca me incomodou tanto, esse meu desapego com as coisas, esse idéia de depois compro outro, depois alguém encontra e me devolve. Depois que nunca chega. Fico sem e esqueço.
Dessa vez é diferente. Nunca esquecerei que peguei sem pedir os brincos de minha mãe, dados pelo meu pai, e os perdi. Perdi meu pai, perdi minha mãe e os brincos.
E não é porque eram de ouro branco com pedrinhas semi-preciosas. É porque eram os brincos que meu pai deu à minha mãe.
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