Wednesday, November 21, 2007

Nau sem rumo

De pé sobre ruínas
e pulso firme pra segurar
em qualquer vento que passe
e se faça motivo pra prosseguir

Minhas canoas afundaram
e meus braços já não alcançam o laço do mundo
uso um sorriso da boca pra fora
e lágrimas dos olhos pra dentro

As luzes da casa não fazem sentido
os quadros, a disposição dos móveis
esta tudo tão fora de ordem
tão fora de hora e sem lugar
quanto quem faz dessas paredes abrigo

Se alguém achar que estar solto é bom
é porque não conhece a sensação de não ter chão
uma planta sem raiz, rocha sem terra, planeta sem gravidade
estou à deriva num horizonte mais reto e eterno
que o olhar que se lança às estrelas

Jamais serei a mesma
por mais que eu tente parecer com aquela
essa não seria tão amada, querida, aceita
então uso essa roupa velha de mim
enquanto navego aqui dentro nesse barco sem mastro

3 comments:

Tamyres Ayres said...

Então, “me diz o que é o sufoco" - o teu sufoco, Amor - "que eu te mostro alguém, a fim de te acompanhar”
“E se o tempo for te levar, eu sigo essa hora, pego carona, pra te acompanhar”
Pois "só de te ver" - assim - "eu penso em trocar a minha TV, num jeito de te levar, a qualquer lugar, que você queira, e ir onde o vento for...”
E esse vento, fazer-se-á, o teu motivo mais perfeito para prosseguir...

Tamyres Ayres said...

Imagino que estejas em correria...
Mas espero que não deixes de escrever...
Vê se me visita tbm... tem post novo lá...
Mas é isso...
E que este teu poema, a ti, já não caiba mais...

Tamyres Ayres said...

Desculpe-me, por não tê-la mandado convite... Mas eu realmente não me toquei quanto a isso... A verdade, é que eu queria que somente pessoas que tivessem blog pudessem ver, mas não reparei que teria que convidar... rsrsrsrsr... dã!!!
Rs... Beijos... e... Pode entrar!