E de repende as mãos travam
Diante do papel em branco
Como a voz do calouro
Ao vislumbrar a primeira plateia
A ânsia de escrever continua
Sem saber exatamente o que
Frases não vêm à cabeça
Tampouco temas... temas
Poemas alheios não quero ler
Não há dores, fadigas, amores
E o que é a vida do poeta sem
Questões, revoltas, rumores
Desesperada, procuro a lua
Mas hoje vaga naquela fase nova sua
É como se inexistisse
E as estrelas são tantas
Encobertas pelas nuvens
Os sons da rua
Apenas silêncios refugiados
Na imensidão da noite
Mas o que é o silêncio, a escuridão, a chuva
Sem um motivo pra metáfora?
A procura é em vão agora
O substrato dos versos
Dorme tranquilo a essa hora
E nem mesmo a solidão
Veio ter comigo esta noite
Um único pensamento insistia
Amanhã se quiser escrever terei de me arriscar mais
Eu rolava na cama sem saber se dormia
E rompendo o nada que pairava no ar
Uma voz em delírios ao fundo dizia
Vai, vive!
Sem conflito não existe poesia.
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