Thursday, September 02, 2010

Cisma

E do nada surgiu você
naquela fresta entre o mar de gente
já te quis ali mesmo sem porquê
o sorriso e o cigarro só vieram pra somar
e a tatuagem veio mesmo pra me derrubar
com o tempo o sorriso tomou conta de você toda
e veio compensar a sua falta de palavras
a voz, o seio... eu que fiquei sem palavras
mas foram teus olhos que me venceram de vez

Tantos possíveis amores desfilando soltos
e eu querendo teus olhos, presos em outros olhos
tantos papos menos furados que o seu
e eu querendo ser conteúdo pro teu vazio
tantos sonhos bem maiores e impossíveis
e eu aqui no chão aguentando a tua realidade
tanta rima, música e metáfora
e eu tendo que conter a minha poesia
por tua causa...

Faço um circuito procurando
os loucos motivos que poderia haver
pra sentir essa vontade de estar com você
não encontro amor, admiração
e tampouco paixão
e no fundo dessa pesquisa
descubro que não é amizade
nem tesão nem castidade
É cisma.

1 comment:

Tamyres Ayres said...

...
Não hei de ousar em dizer, sequer, alguma palavra...
Há um nó na garganta, elas não sairiam por agora.
Esse não saber o que pensas, de quem pensas, para quem pensas..
Mas aprendi que isso "faz pare do seu show, faz parte do seu show, Meu Amor..."
...