Amar Eliza é
perder-se
Retirar todas as
roupas do armário
Doar os vestidos
antigos
E depois
encontrar-se
Linda, despida e sem
cenário
Amar Eliza é
reconhecer a própria dor
Porque uma igual ela
sente
É entender-se triste
E descobrir-se feliz
de repente
Amar Eliza é ser
grata
Por sentir as
palavras voltarem a fazer sentido
E por caber-se em
paz só de lembrar teu aconchego
Mesmo em face da
maior solidão e perigo
Amar Eliza é ter
força
Diferenças tolas
para enfrentar
Números abstratos
E o julgamento de
quem só queria estar em meu lugar
Amar Eliza é
estranhar-se
E sempre fazer o que
nunca fazia
Permitir-se inovar
Se reinventar sem
covardia
Amar Eliza é dar
bandeira
Mostrar ao mundo que
sou dela
E achar que ninguém
repara
Quando o que se tem
é orgulho em tê-la
Amar Eliza é estar
vulnerável
Por querer estar
desse jeito
E nada fazer para
evitar
Porque assim se goza
cada brisa com efeito
Amar Eliza é amar
e inevitavelmente
amar para sempre
amando ser amada e
amar
o amor que se ama,
um amor valente
.
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